Olá, eu sou o Zé, e sou viciado em ecografias. Olá Zé!
Até este ponto da tua vida, já existiram algumas coisas que te deixaram realmente ansioso. As manhãs (ou serões, para os mais rabugentos) de Natal, os primeiros dias de escola, a primeira vez que viste mamas na internet, a primeira vez que te envolveste com um ser possuidor de mamas, a primeira vez que viste umas mamas ao vivo, a primeira vez que tocaste numas mamas… Enfim, vocês percebem…
Mas o que é facto é que foi preciso chegar a este ponto para
descobrirmos o que é ânsia à séria… Daquela que mete a final da Champions ou a
chegada do novo PES a um canto…
E isto tem uma explicação muito simples meus caros… O homem
é, por natureza, um ser muito menos paciente do que a mulher. O que é que nós queremos??
Tudo!! E quando é que nós queremos??
Já!! E conseguimos lidar bem com a espera? Conseguimos ter paciência? Não! Resultado? Assim que sabemos da existência daquela criança dentro da barriga da
mãe, nós queremo-la é cá fora. E já! Mas infelizmente neste caso não adianta ir
dormir para a porta da Fnac ou fazer a subscrição do pacote Premium da Sport TV
para ir vendo os pre-match todos… Não! São 9 meses de um sofrimento atroz em relação
ao qual não podemos fazer absolutamente nada. E ninguém percebe que isto é um ato pérfido e maldoso do universo para connosco! Isto é a mesma coisa que o universo dizer ao Fernando
Mendes: "Olha, fiz-te aqui um rolo de carne com recheio de alheira de Mirandela com 2Kg só
para ti. Mas só o podes comer no fim do último episódio do Preço Certo…"
E isto leva-nos ao ponto chave deste post (eu sabia que
havíamos de lá chegar): as ecografias! As ecografias, no meio disto tudo,
acabam por ser a nossa quick fix enquanto a criatura teima em estar dentro da
barriga da mãe a ganhar órgãos e formas e assim. Não admira, então, que estas causem em
nós uma adição tão grande... A verdade é que, quando damos por nós, já não sabemos
em que jornada do campeonato estamos, mas sabemos exactamente quantos minutos
faltam para a próxima ecografia. A adição torna-se tão grande, que na minha
opinião deviam existir umas carrinhas como as da metadona onde pudéssemos ir de
vez em quando só para dar uma espreitadela. Parece que já estou a ver uma fila
gigante de gajos a coçarem-se todos, com os bolsos cheios de talões de desconto
da Zippy…
Mas enquanto tal não acontece, temos que nos contentar com o
que vai havendo… E o que é que vai havendo (na generalidade)? A saber: uma ecografia
inicial que é feita na consulta logo após a descoberta e em que não se vê mais
do que um saco com um feijãozito lá dentro; outra por volta das 8 semanas em
que com sorte já se vêem algumas forma e algum movimento e, pela primeira vez,
se houve o coração a bater (e nos casos mais pussys se vêem as primeiras
lágrimas do pai); e uma mais minuciosa, às 12 semanas, na qual se fazem uma série de
despistes e em que já dá para ter a certeza que a criatura é humana, pois já se vêem
as formas bem definidas (se for um filho do Sá Leão até já dá para saber o
sexo e tudo). E por agora ficamos por aqui, que isto tem que render pelo menos até
cair uma patrocioniozito da Joaquim Chaves ou assim…
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