Os filhos dos outros (Parte II) - A ver se com variedades lá vamos


Já aqui versei sobre este tema tão importante e sobre o qual tão pouco se fala, mas, no seguimento de um episódio que me aconteceu recentemente e no qual fui carinhosamente acusado de ser uma besta insensível, achei por bem tentar abordá-lo de uma forma mais didática, na esperança de que a mensagem se espalhe e, de preferência, que comece a instalar-se de forma confortável na mente dos seres humanos em geral.

Bem sei que este tema é um pouco delicado e complexo, mas a minha opinião em relação a ele continua a ser muito simples: lá por eu ter filhos não quer dizer que tenha que aturar ou reagir bem às alarvidades dos filhos dos outros só porque, e paço a citar: "é uma criança, coitadinha".

Assim, e porque sei que a música (principalmente a deste senhor) é um veículo que permite a fácil absorsão de mensagens subliminares (ou até bastante diretas, como é o caso), decidi utilizá-la para tentar passar o meu recado.

Por isso, e sem mais demoras, deixo-vos aqui uma versão "diferente" de "Os maridos das outras" do grande Miguel Araújo: "Os filhos dos outros" (muito forte na criatividade hã?).

Toda a gente sabe que os filhos são fofos
São as nossas ternurinhas
Criaturas tão riquinhas

Quando estão no colinho
E os enchemos de miminho
Toda a gente sabe que os filhos são fofos

Toda a gente sabe que os filhos são giros
Dão boas fotos para o Instagram
Com as roupinhas a fazer pandã

São tão engraçadinhos
Os nossos tesourinhos
Toda a gente sabe que os filhos são giros

Mas os filhos dos outros não
Quando os filhos dos outros são
Umas pestes sem educação
Um diabo malcriadão

Insuportáveis criaturas
Sem qualquer supervisão
Que te dão cabo das costas
Ao pontapé no avião

E o que não vais tolerar
Aos teus porque os vais educar
Tudo que não vais aceitar

Aos outros não tens que aturar
Aos outros não tens que aturar

Toda a gente sabe que os filhos são lindos
Quando passeiam tão bem comportados
E não precisam estar acorrentados

São boa companhia
Alegram o nosso dia
Toda a gente sabe que os filhos são lindos

Toda a gente sabe que os filhos são um tesouro
Mesmo com crises de choro
E creches pagas a peso de ouro

Na na na na na na, na na na na na.
Toda a gente sabe que os filhos são um tesouro

Mas os filhos dos outros não
Quando os filhos dos outros estão
Na mesa ao lado num granda berreiro
A bater no teu quando vão ao recreio

Desprezíveis criaturas
Uma autêntica escumalha
Que te enche todo de areia
Assim que estendes a toalha.

E o que não vais tolerar
Aos teus porque os vais educar
Tudo o que não vais aceitar

Aos outros não tens que aturar
Aos outros não tens que aturar

Toda a gente sabe que os filhos são fofos… (assim mais devagarinho, para acabar)


Obrigado e boa tarde.

PS - Todos os direitos destes versos estão reservados à minha pessoa. Podem partilhá-los à vontade, mas se descubro que andam a fazer dinheiro com eles, atiro-vos com uma fralda cheia de cocó à cara. E olhem que eu tenho muitas. E olhem que a minha criança começou agora a beber leite de vaca (agora pensem...).

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