Socorro, ajudem-me, a minha criança é uma galdéria!
Houston, we have
a problem.
Eu bem sei que me
fartei de desejar ter uma daquelas crianças que estão sempre bem dispostas e
que se riem para toda a gente. Não queria nada que criássemos um daqueles
miúdos mal encarados e anti sociais que desatam a chorar cada vez que alguém
que não o pai ou a mãe lhes sorri ou lhes estica os braços. Sim, daqueles que
todos pensamos (ainda que muitos não verbalizem) “Ai que bichinho do mato”…
Pois que me saiu
o tiro pela culatra… A Maria do Carmo não só está constantemente de sorriso
estampado na cara como, e mais grave do que isso, faz-se a todo e qualquer ser
humano que se cruze no seu caminho. E vocês perguntam: “Mas o quê, basta
olharem para ela?” e eu respondo: “I wish…”. Esta criatura dos demónios é gira
e sabe que é gira (modéstia à parte) e por isso comporta-se como tal: “Olhem
para mim tão gira e sorridente!”. Se não olham para ela, ela fixa as pessoas,
mete-se com elas, até elas olharem e se desfazerem todas. E claro, depois faz
aquele charme do “Olha! Estavas a olhar para mim? Nem tinha dado conta… Assim
como assim vou-me rir um bocadinho, para tu te derreteres toda e depois meteres
conversa com estes dois papalvos que estão aqui comigo e que, embora pareça que
querem só tomar o pequeno almoço descansados, na verdade estão desejosos de
iniciar uma conversa de circunstância com um estranho.”.
E é isto. Sempre.
Em todo o lado. Não conseguimos estar sossegados em lado nenhum. Seja a fazer
compras, seja a passear o cão, seja no café, no restaurante ou na fila das
finanças. Esta garota não dá descanso. Chega a seguir as pessoas com o olhar de
tal forma que elas acabam por se aperceber que estão a ser observadas e por
olhar de volta. E depois claro, metem-se com ela, ela fica toda contente,
faz-se um pouco de conversa de circunstância e pronto, passamos ao próximo.
Desde que
juntámos o Simão à família, ainda com 3 meses, que eu não me lembrava do que
era demorar 30 minutos para conseguir tomar um café. Ok, essa altura foi um
bocado pior… Já experimentaram passear um labrador bebé no calçadão de uma
qualquer estância balnear ao serão durante o verão? I dare you…
Agora, a questão
fulcral que se coloca aqui é: como é que um pai lida com uma situação destas?
Como é que um homem não se põe logo a magicar como é que isto vai ser quando
ela tiver 15 anos (sim, porque por muita força que façamos para trás como as
ovelhas, elas hão-de lá chegar)? Também vai ser assim extremamente afável e
híper sociável? Os latagões vão andar sempre de roda dela então! Não! Nós não
queremos isso!
E esta conversa
toda só para perguntar: alguém sabe como é que se faz para os bebés ficarem
grumpies e terem nojo a todo e qualquer ser humano que não seja o pai ou a mãe?
E, de preferência, manterem-se assim até, vá… aos 35?
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