A subtil arte de fazer coisas só com uma mão


A paternidade ensina-nos uma série de coisas interessantes. Umas mais úteis (como tirar nódoas de leite da camisa sem usar água nem detergente; como suster a respiração durante mais de 30 segundos; como acordar a meio da noite e trocar uma fralda, ir comer, ir à casa de banho, fazer almoço para 3 dias e acabar um relatório de 30 páginas para o trabalho, sem acender uma única luz ou emitir um único som; ou que a cadeira do barbeiro pode ser a melhor cama do mundo para pôr o sono de 3 noites em dia)… E outras menos úteis (que o teu clube não ganha jogos só porque tu vestes a tua criança de 3 meses com o equipamento completo; que o leite de lata não é adequado para ti, principalmente porque sabe às meias do Frodo Baggins; ou que o Crossfit não é a melhor ideia depois de uma noite de sono intermitente e uma banana)…

No entanto não restam quaisquer dúvidas quanto àquele que é o ensinamento mais marcante de toda esta viagem: a quantidade inacreditável de coisas que tu descobres que consegues fazer só com uma mão. E atenção que não estamos só a falar de número… Refiro-me também àquelas actividades cuja complexidade te faz pensar no porquê de teres nascido com duas mãos, quando na realidade consegues fazer tudo aquilo apenas com uma, podendo poupar tanto dinheiro ao longo da vida em luvas e… luvas pronto.

A partir do momento em que te passa aquela pussyness inicial de teres que segurar a criança com os dois braços, rapidamente começas a ganhar uma destreza sobre-humana que te vai permitir conciliar de forma fantástica coisas como:

- Jogar PES e fazer o jantar
- Jogar Poker e arrumar a cozinha
- Jogar PES e preparar um biberon ou uma papa
- Jogar Poker e trocar uma fralda
- Jogar PES e aspirar a casa
- Jogar Poker e passear o cão

Não é maravilhoso?

Se tiveres paciência para isso e quiseres arranjar um pano ou um marsúpio, ainda consegues pegar na tua criança ao mesmo tempo também. Mas vê lá se não é muita coisa já…

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